Relembrando o início | Quinta da Casa Amarela

Há vinhos que, por serem paixão de início de paixão - com as suas castas, produtores, enólogos - me transmitem, mesmo antes de os provar, excelentes memórias e presságio de excelentes momentos, como é o caso de Cortes do Tua, Cinética, Chão de S. Francisco, Vale dos Ares, Lisboa, D. Graça e Quinta da Casa Amarela. 
Foram os meus primeiros amores. 
Hoje, tenho o privilégio de ter mais amores e ser apaixonada por diversas casas vínicas, que me mimam diariamente com vinhos e carinhos.
Foi o que me aconteceu ontem!
Voltei a provar um primeiro amor, a Quinta da Casa Amarela, no Baixo Corgo, Douro.
A Laura Regueiro, a maravilhosa dona e anfitriã da quinta, uma Senhora dos vinhos, iniciou a prova com o Quinta da Casa Amarela Reserva Branco de 2018, um vinho produzido com uvas de uma vinha com mais de quarenta e cinco anos, onde, entre as castas Viosinho e Malvasia Fina, se encontra a minha adorada Rabigato. No nariz, citrinos e flores convivem com os aromas subtis da barrica de carvalho francês - onde estagiou durante três meses - que se mantêm na boca, numa frescura e equilíbrio que teima em ficar.
Eis que chega o Quinta da Casa Amarela Grande Reserva Branco de 2018, com um nariz inebriante! Cheiro cremoso, amadeirado... Aquele aroma a Rabigato!!
Na boca é pura meiguice! A Laura diz que precisa de comida para se aproveitar tudo o que tem para oferecer. 
Eu só preciso do copo cheio para sentir... aquele velho prazer. Estimados toques de madeira, frescura, acidez, limão e um fim de boca que não tem fim.
Este vinho fermenta e estagia oito meses em barricas de carvalho francês novo de quinhentos litros e, apesar de a Laura ser crucial para o resultado final, o enólogo é o Jean-Hughes Gros, um francês que vive no Douro e que se formou na Borgonha.
Passa-se para os tintos com o Quinta da Casa Amarela Reserva Tinto de 2015, Elísio 2016 Tinto - "um vinho de gratidão" ao Pai da Laura, produzido com as uvas das vinhas mais antigas da quinta - e o Laura 2015 Tinto, um vinho produzido pelas "vinhas que são um jardim" - um vinho de amor que a família dedicou à matriarca - marcado pelo seu incrível aroma a frutos pretos maduros, especiarias, baunilha, ameixa e notas suaves do carvalho francês. Estas características estão em perfeita harmonia e elegância com a Laura que lhe dá o nome, nivelado pela longa acidez e taninos suaves.

Estes três vinhos diferem em métodos de produção, mas todos possuem as castas Touriga Franca, Touriga Nacional e Tinta Roriz, de vinhas retorcidas e inchadas pelos seus mais de setenta e cinco anos.
Termina-se com o Quinta da Casa Amarela Vintage 2017, um Vinho do Porto repleto de passas demasiado doces para mim.

A única falha nesta prova foi a ausência do Gil, o marido da Laura, que, com o seu glamour, enaltece o ego das mulheres, o meu!

Assim me despeço.


Até breve, 





Menina do Livrinho . wine

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