As Mãos do Rafael e dos seus irmãos

Douro!

Calor, Corgo — rio e sub-região — vinhas, uvas, aromas, histórias, memórias e prazeres simples.

Há um homem que é um verdadeiro embaixador da Região Demarcada do Douro. Sem medo, apresenta o território e as quintas que este possui, o Barão do Douro, Rafael Miranda, o emblemático dono do Mãos

Lá do alto do baloiço do Miradouro de São Silvestre, em Mesão Frio, contou-me estórias. "Ali à esquerda, é a Região Demarcada do Vinho Verde. À direita, é a Região Demarcada do Douro, e o belíssimo Baixo Corgo...". 
Na mão,  tínhamos o Mãos Rosé, TN, 2019, um vinho muito fresco, ácido e amorangado, onde  o aroma a flores e especiarias completava a paisagem ampla.

Rafael, assessorado pela enóloga residente, a simpática Melanie Pereira, abriu os vinhos desta prova, um a um, no jardim da casa ardida da família, a Quinta de Santiago.

A seguir ao Mãos, Moscatel Galego Em Granito, 2015, de acidez exuberante e
nariz contido, surge o melhor Rabigato de 2019 que já provei. O Mãos, Rabigato, 2019, um vinho produzido de vinhas de altitude, plantadas a 550 metros acima do nível do mar, possui um olor que adoro (sou apaixonada por esta casta), tem uma acidez crepitante, uma mineralidade vivaz, fruta branca, 11,5% de grau alcoólico e fez pairing com o excelente bacalhau da D. Aurora.

O Irmãos, Branco, 2018, é um vinho perfeito para a minha lista de vinhos de 5 euros. Vou falar dele, proximamente, na "A lista —As minhas sugestões para uma garrafeira económica e de qualidade", aqui no blog.

O Mãos, Branco, 2019 é o mais conhecido dos vinhos da casa, com as suas castas Gouveio, Rabigato, Viosinho e Códega do Larinho, é um vinho com um preço muito interessante e que pode acompanhar a maioria dos pratos usuais de peixe e carnes brancas.

O próximo lançamento para o mercado é Mãos Alvarinho, um vinho com calor no copo. Delicioso e diferente para a casta Alvarinho, é acido e longo. Vou querer bebê-lo outra vez.

O Mãos Reserva Branco 2016 foi seguido por um vinho incrível, Mãos D. Teresinha 2016. O vinho produzido em honra da matriarca da família, tem olor de perfume. Produzido com uvas da casta Cerceal de uma vinha com 87 anos, é um vinho elegante, cheio de maçã verde, especiarias e cremosidade. Conheci esta senhora, a Dona Teresinha. Uma senhora de meigos olhos azuis que me tratou com carinho e com quem brindei com o vinho em sua honra.

Um pouco de história...

A história contada ao contrário, começa com quatro irmãos, Roberto, Ricardo, Rafael e Rudolfo, filhos e netos de proprietários de quintas vitivinícolas e
 orientaram as suas formações para a área agrícola e hoteleira, onde o Rafael em colaboração com a enóloga Joana Maçanita, criaram o projecto Mãos e Irmãos.
A história da escolha da enóloga também tem piada, assim como grande parte das vidas destes irmãos. No início do projecto, o pai dos quatro leu, numa revista da especialidade, que havia dois irmãos enólogos que estavam a singrar, os irmãos Maçanita, e decidiu convidá-los para o projecto dos quatro irmãos, que também começava a singrar. E, assim, nasceu a parceria.
As quintas também foram apostas dos pais no seu quarteto, que tiveram a habilidade de as fazer crescer.

Como mimos de uns para os outros, surgem vinhos com a assinatura dos quatro irmãos, dos quais apresento: 
— o Mãos Signature Rudolfo Miranda, a casta Cerceal  com aroma a maçã, e que na boca tem paladar a maçã cozida, natas e biscoito. Muito agradável.
—o Mãos Signature Rafael Miranda, o meu preferido! Com a casta Tinta Barroca, no meu copo encontrei um vinho difícil, que sugiro ser bebido pelos apreciadores de vinho carismáticos, rugosos, complexos, ácidos, taninosos, longos com sabor a cacau e a esteva.
— o Mãos Signature Ricardo Miranda, um vinho da casta Touriga  Franca, gordo, fumado, taninoso, elegante, vegetal e final doce.

Entre o D. Teresinha Tinto, 2017, um vinho produzido com vinhas velhas que lembra amoras, ácido, picante e volumoso, o Mãos Reserva Tinto 2015, onde se nota toques de canela e taninos, chegou o outro meu preferido na gama desta casa. 
Mãos Homenagem ao Pai, vinho feito com a casta Bastardo, pela qual nutro um carinho especial, tem dezoito meses de estágio em barricas usadas. Já viram este rótulo?
No nariz, é notória a excelente acidez e as especiarias. 
Na boca, senti um vinho gordo, fresco, ácido, taninoso, que cheio de aromas que se sente retronasalmente, ficando na boca e no nariz de uma forma persistente. É produzido com as melhores uvas escolhidas das Quintas de Santiago e da Quinta da Portela. Escolhi-o para o beber no meu próximo aniversário. 
Não o posso definir melhor. Ups! Espero que vocês, avidos bebedores, não o esgotem até lá...

Excelente dia!

Excelentes provas!

Excelente anfitrião!

Deixo aqui as suas palavras: "Visitem o Douro e bebam, vivam e sintam as suas maravilhas!".

Até breve


Menina do Livrinho . wine

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