O caminho de Setúbal que leva à White Wine Party

A região da península de Setúbal tem 9500 hectares de vinhas distribuídas por treze concelhos, onde destaco Palmela, Montijo, Setúbal e Alcácer do Sal.
As primeiras vinhas desta península, segundo a história, apareceram em 2000 AC, sendo a região a segunda a ser legislada e demarcada, em 1907, para a produção do famoso Moscatel de Setúbal. O Douro foi a primeira região a ser demarcada pelo Marquês do Pombal, com o seu Vinho do Porto.
Nesta região, deparei-me com planícies, serras, encostas, dois rios — o Sado e o Tejo — e o oceano Atlântico. Também encontrei solos arenosos e solos de argila-calcário, que impõem diversos terroirs e características.
As principais castas brancas que observei foram o Arinto, o Moscatel Graúdo e o Fernão Pires.
Distingo o Arinto no vinho pela sua acidez e pelo delicioso aroma a maçã verde, com toques de lima-limão. Reconheço o Moscatel quando o bebo, pelos imensos aromas que aspiro na flor de laranjeira com mel e tília, misturados com a maravilhosa e fresca rosa e as lichias brancas. E, por último mas não menos importante, temos o Fernão Pires, que na região da Bairrada vira Maria Gomes, uma das primeiras castas a estar pronta para vindimar e que aprecio pelos seus intensos aromas a flores combinados com casca de lima e limão.
Nas castas tintas, encontrei o Moscatel Roxo — que adoro — uma casta recuperada da quase extinção, devido à dificuldade de obter grandes quantidades pelos cachos e uvas pequenas que produz. Este mimo de deliciosa doçura difere do outro moscatel, por ser mais seco e complexo, sem, contudo, perder os aromas que se reconhece nesta bebida, e onde na boca se saboreiam especiarias e a deliciosa compota de figos e ginga. A Touriga Nacional, a quarta casta mais plantada na região, é uma das mais conhecidas em Portugal.
O Aragonês, ou a Tinta Roriz no resto de Portugal, ocupa trezentos hectares desta região e eu aprecio-a nos seus aromas a ameixa, especiarias e alcaçuz, presentes nos monovarietais existentes nesta região. Também encontrei a francesa Syrah, a casta que veio do Rhône e que ocupa quatrocentos hectares,  e a casta Castelão, que se tornou famosa em 1830, quando José Maria Fonseca a lançou com o nome de Periquita. 
Há designações de acordo com as características e castas. O DO Palmela é denominação de origem que obriga o vinho a conter pelo 67% da casta Castelão na sua composição; O DO Setúbal engloba a mesma região e terroir do DO Palmela, mas certifica a produção dos vinhos licorosos, o Moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo de Setúbal, que têm de possuir na sua produção pelo menos 85% de cada casta, respectivamente; Os vinhos IG, ou de indicação geográfica, englobam todos as castas e terroirs existentes nesta região versátil.

Conto-vos tudo isto para vos conduzir à White Wine Party, a festa vínica organizada pela revista Paixão Pelo Vinho no Hotel do Sado, em Setúbal, no dia 20 de Julho, às 17 horas.
Para além da região que apresentei, encontrarei lá vinhos de todas as outras regiões de Portugal acompanhados de diversas iguarias. Destaco o famoso Choco frito que pretendo provar e saborear.
Encontro-vos por lá!


Até breve,

Menina do Livrinho . wine

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