Com uma exuberante riqueza aromática, as notas do moscatel galego destacam-se entre pêra e limão. É um vinho fresquíssimo, seco, ácido, talvez demasiado floral, que mostra a sua tropicalidade nas notas de abacaxi.
Sem ter confirmação pela casa Altano, as castas que compõem o vinho deste ano deverão ser Malvasia Fina, Moscatel Galego e Viosinho.
Fiz o pairing deste vinho com dois menus diferentes:
O primeiro prato, que degustei com o Altano 2018, foi Massada de Marisco cozinhada com os preceitos da cozinha açoriana. Que belo paring, em que os sabores e aromas do vinho e do prato se intensificavam mutuamente.
O segundo prato foi uma tortilha de batata à espanhola. Aí as notas florais do vinho
comprometeram o paring e o sabor dos ovos tornou-se desagradável.
Com estas duas experiências, o vinho acabou e, numa ida ao supermercado Continente comprei outro exemplar a 3,69€.
Foi impactante a diferença entre as duas garrafas. No nariz a exuberância aromática não existia. Era um vinho com um aroma equilibrado, onde se distinguiam as lichias e o ananás. Na boca, a acidez viva salientava uma tropicalidade, num vinho seco, em que o sabor das lichias se mantém. Fiquei surpreendida. O que se havia passado?
Comparando as duas garrafas, apercebi-me de que o primeiro era do ano de 2018, enquanto o segundo de 2019.
Reparei também que os enólogos da Casa Symington, Charles Symington e Pedro Correia tinham acrescentado mais uma casta, a Rabigato. Este vinho de 2019 é mais cremoso, mais mastigável e com um suave aroma a casca de laranja.
Atenção às datas do rótulo. Sou tão atenta, mas desta vez escapou-me e fez a diferença.
Feliz distração.
Todas estas características dependem das variações climáticas dos dois anos, da quantidade de água da chuva e de quando esta ocorreu, entre outras variáveis. Tudo contribui para o resultado final do vinho.
Um pouco de história...
A Casa Symington é a maior proprietária de vinhas no vale do Douro , com um conjunto 26 quintas distribuídas pelas regiões vínicas do Cima Corgo e do Douro Superior. Estes vinhos DOC Douro são distribuídos mundialmente e são reconhecidos pela sua qualidade e singularidade, com a menor intervenção possível na vinha e no vinho.
As uvas para os vinhos são apanhadas uma semana mais cedo do que as uvas escolhidas para o vinho do porto. Com isto, a casa pretende preservar a acidez e o nível do teor alcoólico, que aumenta com a maturação da uva, tal como acontece no vinho do porto.
Fermentam e estagiam três meses em cubas de inox. A marca aconselha a que se beba de imediato, ou num prazo de até dois anos.
Enjoy...just like me.
Até breve,
Vou ter atenção ao ano no rotulo. Não estou acostumado a esse pormenor.
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