Vinho 9 — As minhas sugestões para uma garrafeira económica de qualidade

Viajando para outra região vitivinícola portuguesa, hoje sugiro o #Vinho9, do Dão.


Vinho 9  Ribeiro Santo, Branco, 2018

De uma tonalidade amarela clara, com alguns laivos esverdeados, chega-me o vinho da Quinta do Ribeiro Santo. As suas castas são maioritariamente a Encruzado, a casta Rainha do Dão e alguma Malvasia Fina.

No nariz, é evidente o exuberante olor a ananás. As folhas verdes do fruto emanam subtilmente e, quando aquece um pouco no copo, surge uma ligeira pimenta branca.

Quando se bebe, a acidez é impactante. Um vinho jovem, fresco, seco e com uma ligeira cremosidade. A sua acidez mantém-se viva ao longo do trajecto bocal e permanece depois de engolida.
Os sabores são tropicais e tal como no seu olor, também revivo o gosto do ananás.
Não aconselho a ser simplesmente bebido, uma vez que este vinho requer acompanhamento gastronómico (devido a ser fortemente ácido).

Mais um pouco de história...


Até ao momento, a Comissão Vitivinícola Regional do Dão indica que a casta Encruzado é cultivada essencialmente no Dão, onde tem a primazia entre as castas de uvas brancas, sendo a Malvasia Fina a casta mais cultivada na região. Juntas, as castas fazem um blend muito característico deste local.


A Quinta de Ribeiro Santo situa-se em Oliveira do Conde, concelho de Carregal do Sal. A vila foi sujeita a dois forais, em 1286, com o rei D. Dinis, e em 1516, com o rei D. Manuel, que libertaram temporariamente o concelho do controlo feudal. Durante o foral, a população ficava directa e exclusivamente sob o domínio e jurisdição da Coroa, excluindo o senhor feudal da hierarquia do poder.

De solo granítico e com afloramentos xistosos, esta quinta encontra-se entre os 400 e os 600 metros de altitude ,sob a influência de dois rios, o rio Mondego e o seu afluente, o rio Dão. 
Hoje, a quinta pertence ao Carlos Lucas, um dos prestigiados enólogos da região.

A vindima foi realizada manualmente. A fermentação deu-se em cuba de inox, durante três semanas. Depois disso, e segundo a equipa de enologia, uma porção do lote estagiou em inox para preservar os aromas de fruta fresca, enquanto outra parte foi transferida para barricas de carvalho francês usadas, onde estagiou por 4 meses. No final, o blend foi engarrafado com o teor alcoólico de 12.5%, a acidez total de 6.8 g/l e o pH de 3.1, num total de quarenta mil garrafas.

Como não podia deixar de referir, o pairing que escolhi para este vinho foi Caril de tamboril e camarão, acompanhado por arroz basmati.
Um vinho muito honesto para a casa dos 4€, que podem adquirir na Garage Wines ou na Garrafeira Tio Pepe.
Enjoy... and live.
Até breve, 


Menina do Livrinho . wine

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