Kaputt, ... quero a garrafa toda para mim.

Hoje o mimo é...Kaputt
Obrigada, Amigo, já não me recordava o quanto adoro este vinho.
Kaputt, 1.ª edição, Douro DOC, Vinho Branco é o vinho que vou referenciar hoje.
Kaputt é uma expressão usada para algo que não singra. Contudo, este vinho é o oposto, singrou e é maravilhoso.
No copo é amarelo dourado e, no meu nariz, é de viva intensidade, lançando para uma deliciosa oxidação com aromas de chuva, relva seca, mel, passas, amêndoas e figos frescos (aparecem-me às vezes,  conforme o vinho vai respirando).
Na boca é maravilhoso — desculpem repetir-me, mas é o que penso em cada sorvo que dou. 
Vou concentrar-me...
O aroma alia-se ao sabor, que possui uma acidez entusiasmante, um grande volume de boca, e cremosidade óbvia. Este vinho seco e mineral explode em sabores de relva seca, compota, especiarias, caril, invocando uma tarde chuvosa de verão, quando o sol evapora a água da terra e fica a frescura e aqueles olores quentes no ar.
Recordam-se como é?

Um pouco de história deste vinho... pode ser?

Álvaro Van Zeller, o enólogo e dono, criou-o com um blend de vinhos esquecidos na sua adega. 
O mais antigo remonta a 2008 e ficou demasiado marcado pela barrica nova onde havia estagiado. Kaputt.
O de 2010 foi logo esquecido... sem história. Kaputt.
2011 e 2012 ..., kaputt!
Quanto ao ano de 2013, este trouxe uma boa vindima, e o ano de 2015 foi excelente.

O sócio e irmão Fernando já estava a ficar enfadado com aqueles esquecimentos no fundo da adega, e então o Álvaro, num momento de genialidade, decidiu tomar o vinho de 2008 por base — usou-o em maior quantidade — e juntar pequenas quantidades dos outros anos. Um blend de vinhos de anos diferentes e de características improváveis.
As  principais castas usadas são Gouveio, Donzelinho Branco e Dona Branca.
O vinho fermentou em barricas novas e usadas, estagiou em barricas e cuba e encheu 2645 garrafas.

Voltando ao meu copo de vinho, que comecei a beber como aperitivo, devo dizer-vos que queria a garrafa só para mim. 
De cada vez que o bebi, novos aromas e sabores invulgares surgiram. É um vinho que requer tempo para ser apreciado e para reflectir tudo o que ele sugere. 

Já na mesa, Kaputt foi acompanhado por camarões tigres assados em azeite, alho e coentros, numa assadeira do barro. O sabor longo do vinho e o paladar intenso do camarão... pairing ideal!

Uma alquimia de sabores que se encontra à venda por 28€.

Um verdadeiro fora da caixa, um dos meus preferidos de sempre!



Até breve, 


Menina do Livrinho . wine

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