O vinho tinto do Tio Papo Seco

vinho papo seco tinto
Começo o ano vinte vinte e um com um vinho sugerido por um amigo de um amigo.

Começo um novo ano com a região demarcada mais antiga de Portugal, o Douro, e um projeto de dois amigos, Nuno Pinto e Alexandre Raposo.

O nome Papo Seco (carregar para visitar projeto) pode ter vários significados, pessoa catita ou pão pequeno de farinha de trigo, ovalizado e vincado a meio longitudinalmente.  

- Nuno, estou curiosa. Porquê tal nome?
- "Quanto ao nome “Papo Seco”, este tem uma história engraçada. O meu tio avô percebeu que queria conhecer o mundo. Muito cedo, rumou até ao Brasil onde ganhou dinheiro suficiente para poder regressar à sua terra de origem, Resende. Quando regressou, envergava sempre uma gravata preta, pois estava viúvo, e camisa branca sempre impecavelmente tratada, segundo os relatos dos seus sobrinhos, uma vez que faleceu era eu um bebé.
Como era um homem muito magro, era conhecido pelo Papo Seco. O Tio Papo Seco era um amante do Douro e do vinho, e dedicou-se à produção de vinho para seu consumo, num local que ainda hoje pertence à família. O nome e o rótulo são em sua homenagem!"

Um pouco de história para Winephilos | O básico dos vinhos tranquilos

Vinho branco: O vinho branco é produzido, normalmente, com uvas brancas. Estas são desengaçadas, ou seja, são retiradas dos cachos, e vão para a prensa. Ali é feita uma suave compressão às uvas, de forma a retirar a parte líquida, sem esmagar sementes e cascas. O líquido esbranquiçado, sem as partes sólidas, é encaminhado para cubas em aço inox onde se dá a fermentação. Neste vinho, não se dá a maceração pelicular, uma vez que as cascas foram eliminadas no processo. De acordo com o pretendido para o vinho, pode estagiar em barrica.

Vinho tinto: O vinho tinto é produzido com uvas tintas. Ali é feita uma compressão às uvas, de forma a juntar a parte líquida, as sementes e as cascas. O líquido com as partes sólidas — pois é lá que estão os componentes que dão cor vermelha e os taninos — são encaminhados para cubas em aço inox onde se dá a fermentação. Neste vinho, dá-se a maceração pelicular, que depende do perfil definido pelo enólogo, assim como o estágio em barrica, se este o definir.

Copos com vinhos tranquilos

Vinho rosé: O vinho rosé é produzido com uvas tintas, embora por vezes se possa acrescentar algumas brancas. Estas são desengaçadas, ou seja, são retiradas dos cachos, e vão para a prensa. Ali é feita uma suave compressão às uvas, de forma a retirar a parte líquida, sem esmagar sementes e cascas. O líquido meio rosado, sem as partes sólidas, é encaminhado para cubas em aço inox onde se dá a fermentação. Neste vinho, não se dá a maceração pelicular, uma vez que as cascas foram eliminadas no processo. De acordo com o pretendido para o vinho, pode estagiar em barrica.

Vinho de curtimenta ou orange: Este é produzido com uvas brancas. Ali é feita uma compressão às uvas, de forma a juntar a parte líquida, as sementes e as cascas. O líquido com as partes sólidas são encaminhados para cubas em aço inox onde se dá a fermentação. Neste vinho dá-se a maceração pelicular, que depende do perfil definido pelo enólogo, assim como o estágio em barrica, se este o definir. Este vinho é mais marcado do que um branco, no aroma e no paladar, para além de ter uma cor mais carregada.

Nas cartas de vinho é comum existir a “distinção popular” entre vinho verde e vinho maduro. Tecnicamente, vinho verde é uma região e não um tipo de vinho. O vinho verde é produzido na região noroeste de Portugal e o vinho maduro é produzido nas outras regiões portuguesas.

Tanto o vinho tinto como o branco são fortes antioxidantes, e é o recomendável a ingestão diária, regular e moderada desta deliciosa bebida, que além de refinada faz um pairing maravilhoso com o mais velho habito português, estar sentado à mesa acompanhado de iguarias.

Notas de prova do meu Livrinho

Vinho Papo Seco, tinto, Reserva 2014
Papo seco, tinto, Reserva 14, é um vinho produzido com os três tês do Douro, as castas Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz. Este projeto de dois amigos implica comprarem as uvas na região de Sabrosa, Douro, e pedirem ao enólogo Miguel Falcão Pereira para produzir o vinho "por forma a tentar imprimir a marca deles no produto".

De um vermelho granada, o olor intenso a frutos maduros e cheiro a momentos cor de rosa. Não sei explicar, mas o cheiro faz-me sorrir. Talvez por me fazer recuar à infância onde o rosa era associado a algodão doce, gomas, mimos.

Na boca, é seco, ácido e longo. O primeiro impacto não achei muito original. Esquecido no copo por algumas horas, o aroma modificou e tornou-se diferente. Sentiu-se frescura, fumo, pimenta rosa e amoras ácidas. Ou seja, sugiro que seja decantado por duas ou três horas antes de ser bebido. 

De venda on-line e preço perto dos quinze euros, é o vinho ideal para beber a copo, uma vez que estando na garrafa, vai crescendo e tornar-se original. Um vinho muito no perfil de um clássico do Douro.

Chim chim 2021!

Enjoy life.

Até breve



Menina do Livrinho . wine


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