Hoje o mimo é.. Casa Ferreirinha!


Um dos meus momentos menos visíveis é influenciar o freguês que vai à mercearia de rua, o cliente que vai ao supermercado, ou o turista estrangeiro que vem à minha cidade, o Porto. 

Hoje, tudo começa na tradicional mercearia de rua, O Pátio das Marias, na Rua de Cedofeita. 

Mais tradicional, não há! 

Estive a apresentar e a dar a provar alguns vinhos da icónica Casa Ferreirinha, o Vinha grande 2021, o Callabriga 2021 e o Castas Escondidas 2019, aos clientes da loja, e aos curiosos que iam passando na rua e se aproximavam. É tão bom partilhar experiências, com portuenses e outros portugueses e estrangeiros.  

O encontro à volta de uma mesa, de pessoas que não se conhecem, mas que tem como foco um bom momento com vinho e petiscos, é gratificante. 
E isso é possível neste espaço, nesta mercearia e nesta rua.

Eunice Sobral, a dona e imagem de marca da casa, faz questão que todos os artigos da sua loja sejam únicos, portugueses, de pequenos produtores e que imprimam a qualidade que existe no nosso pais.

Um pouco de história do Livrinho

A Casa Ferreirinha e os seus vinhos são um reflexo do tempo e da arte.

Fundada no século XVIII, por Bernardo Ferreira, o avô de Dona Antónia Adelaide Ferreira, que carinhosamente era conhecida por "Ferreirinha".

Após herdar a casa, esta consolidou o negócio e tornou a marca num símbolo vínico português.

Embora fosse uma mulher baixinha, introvertida e muito reservada, o seu espírito empreendedor e criativo, tornou-a numa figura de grande projeção e carisma, visível ainda hoje, em pleno século XXI.


Dona Antónia plantou novas extensões de vinha e abrilhantou os stocks de vinhos velhos que possuía. Também, numa envolvente social, melhorou a qualidade de vida das famílias dos seus agricultores, construindo escolas, creches e hospitais. 

Com a sua morte, a empresa passou a ser uma sociedade por quotas, e em Dezembro de 1987, a Sogrape adquiriu a empresa.


A Casa Ferreirinha adquiriu, em 1978, a Quinta da Leda, situada em Almendra, Vila nova de Foz Côa, no Douro Superior, valorizando as características daquele terroir e da criteriosa seleção das suas castas.


Nota de prova do meu Livrinho

Hoje escolho provar este, em que são utilizadas castas menos conhecidas e que estão em via de desaparecer com o tempo. São naturalmente utilizadas na produção de vinho do Porto e, que demonstram uma biodiversidade que é preciso preservar. São colhidas e escolhidas durante a vindima, no meio das outras uvas tintas que existem ali.

O Vinho — Castas Escondidas, 2019 

As castas — Touriga-Fêmea, Tinta Francisca, Bastardo e Marufo, um pouco de vinhas velhas, e um quê de Tinta Amarela, Tinto Cão, Touriga Nacional, Touriga Francesa.

A região — Douro  Em  Almendra

O volume alcoólico 13,5%

O pvp   32,5
 
Aspeto — A intensidade da cor é média e a cor é amarelo palha. Límpido.

Nariz  — A intensidade aromática é alta, intensa e complexa.  Tem notas de trufas, de bosque, de pimenta e de alguma canela. Também se sente ligeiras notas balsâmicas, a resina, os  frutos vermelhos frescos. A madeira está discreta e bem integrada. 

Boca  — É um vinho seco, de acidez média e com a sensação do álcool médio, muito suave, com volume médio alto, os taninos estão redondos e polidos. Saboreia-se alguma fruta fresca, especiaria, balsâmicos e o final de boca é persistente e equilíbrado.

Produtor  — Sogrape

Enólogo  — Luís Sottomayor

A temperatura de serviço  — entre os 16º e os 18ºC.

Pairing — O pairing foi feito com tábua de queijos, compota de pimento vermelho dos Açores e enchidos grelhados.

A garrafa  — Formato Bordeaux de 750 ml.

Ambiente de prova — Uma tarde passada na mercearia.

Nota — 18.5
(A minha avaliação tem em consideração a pontuação segundo a escala do Robert Parker.)

Será seguramente um vinho para beber na altura do Natal, onde o tempo passa devagar e a capacidade de usufruir o momento, aumenta.

Colecionando grandes momentos!

Até breve, 

Menina do Livrinho . Wine



Comentários

  1. Olá, Menina. Gostei de saber a história deste vinho. Quando o beber irá saber melhor.

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